TESE DE DOUTORADO

Aluno (a):  Ana Cristina Carneiro dos Santos

Título: Redes de compromissos organizacionais: uma abordagem voltada para aprendizagem e geração de resultados

Data: 06/05/2021

Horário: 14H30

Composição da Banca:

Dra. Lillian Maria Araújo de Rezende Alvares (Presidente)

Dr. Gustavo Silva Saldanha (IBICT)

Dr. Eduardo Amadeu Dutra Moresi (UCB)

Dra. Ivette Kafure Muñoz

Dra. Kelley Cristine Goncalves Dias Gasque (Suplente)

Vídeo Conferência:  https://join.skype.com/omRew1KapeXP.

Resumo: As organizações são sistemas complexos que se caracterizam pela interação entre seus componentes para realizar ações e gerar resultados. Todo o processo de articulação e realização de ações acontece por meio das conversações. O problema que orienta esta pesquisa resulta da observação de que, apesar da crescente disponibilidade de acesso à informação, da quantidade e variedade de métodos e ferramentas de gestão, de recursos e de profissionais dedicados às mais diversas áreas, as dificuldades de articulação de ações para obtenção de resultados concretos e efetivos tanto individuais quanto organizacionais, em parte, persistem. Nesta pesquisa, a partir de estudos realizados no campo da Ciência da Informação (CI) e seu viés com a Gestão do Conhecimento (GC), de uma leitura epistemológica do atuar humano (a partir dos principais filósofos e pensadores do ocidente), dos fundamentos teóricos da Ontologia da Linguagem (Flores, Echeverría e Kofman), da Teoria da Complexidade (Morin e Mariotti), das bases da Biologia-Cultural (Maturana), de investigações sobre aprendizagem (Senge, Garvin, Kofman), e do entendimento da capacidade de afeto (affectus) presente nas contribuições filosóficas (Espinosa e Nietzsche), o trabalho realizado mergulha no universo das conversações para melhor compreender e, possivelmente, intervir na dinâmica de funcionamento das organizações. Tem como principal objetivo apresentar uma estrutura de implantação e sustentação de um modelo de aprendizagem organizacional contínua (MAC) capaz de fornecer e operacionalizar estratégias e práticas de otimização da capacidade organizacional, por meio da potencialização da capacidade dos envolvidos nas redes de compromissos conversacionais (e, consequentemente, das organizações) observarem, refletirem e gerenciarem as variáveis que orientam as conversas por meio das quais ações são coordenadas e resultados são alcançados. O método-base adotado neste trabalho é a pesquisa-ação, com a teoria vinculada à prática. A abordagem metodológica utilizada é predominantemente qualitativa, com tratamento quantitativo na análise dos dados coletados por meio de questionários. A aplicação da estrutura de implantação e sustentação do MAC elaborada foi realizada na 5ª Vara da Seção Judiciária Federal de Brasília. A instituição recebeu, ao final, um conjunto de estratégias e práticas de otimização da capacidade organizacional, formalizado por meio de um plano de ação anual. A pesquisa conclui confirmando que: (i) a observação, a reflexão e o cuidado com as variáveis que impactam as conversas contribuem para a melhoria dos processos de coordenação de ações e para melhores resultados organizacionais; (ii) o conhecimento do potencial humano de afetar e de ser afetado permite que os indivíduos e os grupos desenvolvam novas formas de afeto e realizem transformações nos espaços relacionais; e (iii) conversas podem contribuir para tornar mais ou menos potentes os indivíduos e as organizações. Além da estrutura elaborada e aplicada, a tese propõe uma tríade de aprendizagem organizacional com três pilares fundamentais. Dentre os aprendizados e conclusões, são apresentados limites e possibilidades observadas no contexto desta pesquisa-ação. Quanto às alternativas de aprofundamento de investigação, destacam-se a evolução da estrutura, o desenvolvimento de novas alternativas de medição de lacunas de aprendizagem, e o estudo comparado da aplicação da estrutura entre organizações públicas e privadas.

Palavras-Chave: Gestão do Conhecimento. Aprendizagem Organizacional. Redes de compromissos conversacionais. Espaços relacionais.